O Novembro Azul vem no embalo do Outubro Rosa, que você pode conhecer melhor aqui neste post. A diferença é que, agora, o foco é conversar sobre um dos cânceres mais comuns em homens: o de próstata. Falar sobre cuidados com a saúde entre a população masculina, porém, é mais desafiador. Existe uma cultura, ainda muito presente entre homens, de não se realizar exames preventivos e de não desenvolver hábitos de vida saudáveis. Essas seriam duas atitudes que ajudariam a evitar e a tratar precocemente uma infinidade de doenças comuns. O Novembro Azul também é sobre isso.
Exames preventivos salvam vidas
Uma das principais maneiras de tratar o câncer de próstata é através de um diagnóstico precoce. Em estágios iniciais, como em outros tipos de câncer, as chances de cura são bem altas. A primeira questão incômoda aqui é o estigma que homens podem desenvolver em relação aos exames. Socialmente, homens, principalmente mais velhos, realizam poucos check-ups regulares, quando muito. O Novembro Azul nos lembra de que podemos incentivar nossos pais, maridos ou filhos a realizarem esses exames de rotina.
Sobre os cuidados com a próstata, visitas frequentes a um urologista também precisam ser incentivadas. A partir dos 50 anos, é indicado que o homem realize um exame específico para verificar a saúde da próstata. Quem tem histórico familiar de câncer de próstata precisa começar ainda antes. O problema a ser combatido é o preconceito criado em torno do procedimento, conhecido como exame de toque. Ele é simples, rápido, seguro e realizado em ambiente de consultório mesmo. Tumores na próstata em estágio inicial costumam ser silenciosos, indolores. Com o exame, o médico pode perceber alterações muito antes delas começarem a fazer mal. E a tratá-las muito precocemente.
Para quebrar o estigma em torno desse exame, a solução passa por conversas sinceras e abertas. Se os homens possuem medos sobre o exame em si, quais são esses medos? Eles são reais? Há quem sinta medo de ser constrangido socialmente por ter feito o exame. Aqui, o argumento é simples. A realização do exame é feita por profissionais, em um contexto muito tranquilo, sem atravessamentos. Quem é amigo de verdade não vai constranger ninguém, mas sim apoiar a realização do exame. Se o homem tem medo do constrangimento, será que ele próprio não pode servir de exemplo e ajudar a quebrar esse preconceito?
Outro exame importante para o diagnóstico correto e precoce de tumores na próstata é o de PSA (antígeno prostático específico, da sigla em inglês). É um exame de sangue que mede o nível de uma substância produzida pela próstata e que circula na corrente sanguínea e que, em níveis mais elevados do que o normal para um homem de determinada faixa etária, pode indicar a presença de tumores na próstata. Para saber tudo sobre o PSA, clique e acesse aqui nosso post completo sobre esse exame tão importante.
O Novembro Azul pode ajudar
Uma das tarefas do Novembro Azul é justamente mostrar ao homem que ele não está sozinho, e que ele não precisa se render aos discursos que dizem que homem não tem medos, que homem precisa ser forte o tempo todo e que, para ser forte, não pode aparentar ter doenças, fraquezas. Ser forte, afinal, não é enfrentar desafios e sobreviver a eles? Para isso, quanto mais pessoas falarem sobre esses temas, mais essas imagens que se tem sobre o que é ser homem vai mudando. E isso impacta diretamente na busca pelos exames e na mudança dos hábitos de vida.
Mudar hábitos pode ser uma medida bem efetiva para se prevenir o câncer de próstata e o surgimento de outras doenças. Há homens que acreditam, ainda, que o consumo de vegetais ou de alimentos mais saudáveis é coisa para determinados grupos, mas não para eles próprios. Aqui aparece outra das ideias que precisam ser combatidas. Uma alimentação pobre em nutrientes e rica em gorduras faz mal para qualquer um. Pode deixar homens, ironicamente, mais fracos e suscetíveis a doenças.
A chave é a mudança cultural
Pode parecer um desafio gigante a mudança que é preciso ser feita para que mais homens busquem esses cuidados com a saúde. E é por isso que o Novembro Azul é tão importante. Ele nos lembra que é em conjunto que ações podem ser executadas para mudar esse cenário. Existem várias formas de se atuar com a intenção de conscientizar. Para os parentes e amigos próximos, o incentivo pode ser direto. O exemplo também pode funcionar: “se eu fiz o exame e vi que não é nada demais, você também pode ir”.
Empresas e órgãos sociais podem abrir espaço para palestras, para campanhas de marketing que falem sobre o Novembro Azul e ainda incentivar iniciativas de terceiros sobre o mesmo tema. É preciso que o maior número de pessoas se una com dois focos em mente. O primeiro, incentivar diretamente a busca pelos exames preventivos e de rotina, além da mudança de hábitos. O segundo, e talvez mais impactante a longo prazo, a desconstrução dos preconceitos que existem sobre o que é ser homem.