Hipotireoidismo e hipertireoidismo são a mesma coisa?

Para falar sobre hipotireoidismo e hipertireoidismo é indispensável iniciar pelo conhecimento da tireoide, glândula responsável por atuar no estímulo do metabolismo. O hormônio TSH (tireoestimulante) é produzido pelo cérebro e se encaminha diretamente à tireoide, para estimular a fabricação dos outros hormônios: T3 (tri-iodontironina) e T4 (tiroxina).

Por meio dessa produção de hormônios, a tireoide regula as atividades dos músculos, cérebro, coração e outros órgãos. No entanto, algumas vezes, a glândula tem seu funcionamento comprometido, o que acaba por desenvolver alguns desequilíbrios no organismo, sendo os mais comuns chamados de hipotireoidismo e hipertireoidismo.

A diferença entre hipotireoidismo e hipertireoidismo

Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo são condições em que a tireoide é acometida de alguma forma. Mas como esses distúrbios se diferenciam?

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é causado pela diminuição da produção dos hormônios da tireoide, o que impede a normalidade do organismo. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), cerca de um quinto da população brasileira possui alguma forma de hipotireoidismo, seja leve ou grave. É bastante comum em mulheres, principalmente após os 50 anos e no período pós-parto.

Essa queda dos hormônios desacelera o metabolismo, afetando outras funções normais do organismo. Os sintomas se iniciam de maneira não tão aparente, mas é importante estar atento a eles:

  • falta de apetite;
  • aumento de peso repentino, sem causa aparente;
  • depressão;
  • intolerância ao frio;
  • redução dos batimentos cardíacos;
  • fadiga;
  • prisão de ventre;
  • raciocínio lento;
  • retenção de líquidos;
  • pele amarelada.

Hipertireoidismo

Nesse caso, a tireoide produz mais hormônios do que o necessário para manter o funcionamento normal do organismo. Isso acaba acelerando constantemente o metabolismo e pode surgir um inchaço na parte da frente do pescoço, em decorrência do aumento da glândula. É um desequilíbrio menos comum, onde as mulheres de 30 a 40 anos são as mais afetadas.

Embora não sejam tão aparentes de imediato, é importante estar atento aos sintomas do hipertireoidismo:

  • suor excessivo;
  • perda de peso e aumento do apetite;
  • intolerância ao calor;
  • ciclo menstrual irregular;
  • perturbações emocionais;
  • fraqueza muscular;
  • ansiedade e irritabilidade;
  • distúrbios do sono;
  • inchaço na região do pescoço.

Exames que identificam hipotireoidismo e hipertireoidismo

Caso algum dos sintomas listados surjam, procure um médico e realize os exames solicitados. Identificar a condição do desequilíbrio ainda no início é fundamental para que a condição seja reparada o quanto antes. Por isso, é tão importante realizar os exames regularmente.

Segundo o Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o exame imediato para identificar as doenças relacionadas ao funcionamento da tireoide é a dosagem do hormônio tireoestimulante (TSH). Este pode ser feito de algumas maneiras:

Dosagem do TSH

Esse é o exame principal para o diagnóstico. É necessário realizá-lo de três a seis meses (acompanhado de dosagem T4 livre), já que o TSH pode se alterar em determinadas situações.

T4 livre

O T4 livre auxilia no diagnóstico do hipertireoidismo e hipotireoidismo, assim como o TSH. Alterações no exame precisam ser investigadas.

Dosagem do T3 total e/ou livre

Utilizado para detectar o hipertireoidismo, em interpretação conjunta com o T4 livre.

Anticorpos antiperoxidase (Anti TPO), Anticorpos Antitireoglobulina (Anti-Tg), Anticorpos Anti-receptores de TSH (TRAb)

Diagnosticam doenças tireoidianas autoimunes (DTA), como Doença de Graves e Tireoide de Hashimoto, as causas mais comuns dos desequilíbrios da tireoide.

Ultrassonografia, Punção Aspirativa por Agulha Fina e Biópsia

Responsáveis por identificar nódulos (benignos ou malignos) na tireoide.

Teste do pezinho (Triagem Neonatal)

Realizado no bebê recém-nascido, entre o terceiro e sexto dia de vida. O exame dosa os hormônios THC e/ou T4 total, seguido de um teste confirmatório pela segunda semana de vida.

Tratamento

O tratamento dos distúrbios da tireoide é feito à base de hormônios complementares. O hipotireoidismo e o hipertireoidismo podem ser reparados com eficiência nos cuidados, sendo possível reorganizar a vida e viver tranquilamente à base de reposição hormonal. Os alimentos ingeridos também são muito importantes nesses casos.

Hipotireoidismo

Pacientes com hipotireoidismo necessitam repor o hormônio tireoidiano pelo resto da vida, com dosagem específica para cada caso. A ingestão de iodo nos alimentos também pode ser de imensa utilidade, já que é o precursor da produção hormonal da tireoide e está presente em peixes, frutos do mar e algas marinhas. A soja já é contraindicada, pois contém um tipo de isoflavona capaz de inibir as funções da tireoide. O procedimento cirúrgico para a retirada da glândula é indicado aos pacientes com um aumento considerável do bócio ou com suspeita de câncer.

Hipertireoidismo

O hipertireoidismo pode ser curado com o tratamento regular de medicamentos antitireoidianos via oral. A alimentação também vai influenciar diretamente no êxito do tratamento. Indica-se consumir proteína de carnes magras, laticínios e soja. Crucíferos, como a couve-manteiga, couve-flor, espinafre e brócolis também são sugeridos. Também é importante evitar a ingestão de alimentos que possam estimular a ação da glândula, como iodo, peixes, frutos do mar e algas marinhas.

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