É bastante comum que as pessoas pensem que o derrame cerebral é o mesmo que AVC. E a afirmativa está correta. Derrame cerebral é o nome popular que se dá ao acidente vascular cerebral (AVC).
O AVC se divide em dois tipos:
Acidente vascular isquêmico
O acidente vascular isquêmico caracteriza-se pela falta de circulação em uma área do cérebro, provocada por obstrução de uma ou mais artérias ateromas, devido à trombose ou embolia. O AVCI ocorre, geralmente, em pessoas mais velhas que apresentam:
- diabetes;
- colesterol elevado;
- hipertensão arterial;
- problemas vasculares;
- hábito de fumar.
Acidente vascular hemorrágico
O outro tipo de AVC que pode ocorrer é o acidente vascular hemorrágico, que caracteriza-se pelo sangramento cerebral provocado por um rompimento de artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue e traumatismos. O AVCH pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é mais grave que o AVCI.
Já que o derrame cerebral é o mesmo que AVC, quais são os sintomas?
Em relação ao acidente vascular isquêmico, os sintomas são:
- perda repentina da força muscular e/ou da visão;
- dormência na face, braço ou perna;
- dificuldade de comunicação oral (fala arrastada) e de compreensão;
- tonturas;
- formigamento em um dos lados do corpo;
- alterações da memória.
Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios, denominados ataque isquêmico transitório (AIT). Contudo, necessitam de cuidados médicos imediatos.
Em se tratando do acidente vascular hemorrágico, os sintomas são os seguintes:
- dor de cabeça repentina;
- edema cerebral;
- aumento da pressão intracraniana;
- náuseas e vômitos;
- déficits neurológicos, semelhantes aos provocados pelo acidente vascular isquêmico.
Fatores de risco do acidente vascular cerebral
Agora que você já sabe que o derrame cerebral é mesmo que AVC, conheça os seus fatores de risco:
Idade e sexo
Ainda que um AVC possa surgir em qualquer idade, inclusive entre crianças e recém-nascidos, sua incidência cresce à medida que avança a idade. Quanto mais velha uma pessoa, maior a chance de ela ter um AVC. Em pessoas do sexo masculino e da raça negra, há maior tendência para o desenvolvimento de um AVC.
Histórico de doença vascular prévia
Quem já teve um AVC, ou uma ameaça de derrame, ou outra doença vascular, como o infarto no coração e a doença vascular obstrutiva periférica, têm maior probabilidade de ter um AVC.
Doenças do coração
As doenças do coração, especialmente as que produzem arritmias (batimentos cardíacos desregulados), aumentam o risco de AVC. As arritmias provocam uma corrente sanguínea irregular e facilitam a formação de coágulos sanguíneos dentro do coração, que podem chegar ao cérebro pela circulação, diminuindo o fluxo sanguíneo e causando um AVC.
Exemplos de doenças do coração que aumentam o risco de AVC:
- infarto;
- fibrilação atrial;
- doença nas válvulas;
- cardiopatia chagásica (Doença de Chagas).
Tabagismo
Já está amplamente difundido que fumar é prejudicial à saúde. O hábito é fortemente relacionado com o risco para AVC. Mesmo o uso de um pequeno número de cigarros associa-se ao risco aumentado. As substâncias químicas presentes na fumaça do cigarro passam dos pulmões para a corrente sanguínea e circulam pelo corpo, afetando todas as células e provocando diversas alterações no sistema circulatório.
Hipertensão arterial
Quando a pressão está elevada, ela acaba lesionando os vasos sanguíneos do cérebro e pode causar um AVC. O tratamento da hipertensão arterial é muito importante, pois reduz tanto o risco de AVC como de ataques do coração. Mesmo que uma pessoa tenha uma pressão pouco elevada, é preciso consultar um médico para começar o tratamento adequado.
Diabetes
O diabetes é causado por uma deficiência do hormônio chamado insulina ou por uma resistência a ele. Esse hormônio é essencial no metabolismo da glicose (açúcar) no corpo. Por isso, pessoas com diabetes possuem excesso de açúcar no sangue.
O objetivo do tratamento da diabetes é manter o nível de glicose o mais próximo do normal. Um bom controle da diabetes, com dieta adequada e medicamentos, torna os problemas circulatórios menos comuns. Pessoas com diabetes devem cuidar atentamente dos níveis da pressão arterial.
Sedentarismo
A atividade física reduz o risco de doença vascular. O sedentarismo leva ao aumento de peso, predispondo o organismo à hipertensão, diabetes e níveis inadequados de colesterol no sangue, todos fatores de risco para AVC. Começar uma atividade física regular, por exemplo, caminhar três vezes por semana, traz benefícios à saúde.
Álcool e drogas
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas associa-se ao grande aumento na incidência de AVC. O consumo rotineiro de álcool leva à hipertensão e a níveis inadequados de colesterol no sangue. Já o uso de cocaína ou crack é capaz de gerar lesões arteriais e picos hipertensivos, associados ao desenvolvimento de AVC.
Anticoncepcional
O uso de pílulas anticoncepcionais pode favorecer o surgimento de AVC, principalmente em mulheres fumantes, ou com hipertensão arterial. É muito importante que a paciente consulte o seu médico para que ele avalie a sua condição clínica e a oriente da melhor maneira possível. Não se deve tomar nenhuma decisão antes de consultar um médico.
Dicas importantes para prevenir o AVC
Sabendo que o derrame cerebral é o mesmo que AVC, é preciso entender, também, que, quanto maior o número de fatores de risco acumulados, mais elevada é a probabilidade de se ter um AVC. Preveni-lo é muito mais fácil do que tratá-lo, portanto, opte por:
- diminuir a quantidade de gordura na dieta.
- Adotar uma dieta saudável, para melhorar a forma física e diminuir o risco para o surgimento de doenças vasculares (derrame, infarto).
- Parar de fumar, para diminuir ainda mais o risco de ter um AVC, é imediatamente eficaz.
- Praticar exercícios físicos regulares, que melhoram a circulação e ajudam a diminuir os outros fatores de risco para AVC.
- Controlar a pressão alta, fazendo um grande esforço para tomar os remédios conforme orientado pelo médico, mesmo que não apresente sintomas.
- Controlar o diabetes, prestando bastante atenção à dieta e tomando os remédios adequadamente, para manter o nível de glicose no sangue dentro do normal.
- Consultar um médico, principalmente se possuir qualquer fator de risco citado anteriormente.
Tratamento do AVC
O acidente vascular cerebral é considerado uma emergência médica. O paciente deve ser encaminhado imediatamente para atendimento hospitalar, quando estiver em um quadro de derrame. Trombolíticos e anticoagulantes podem diminuir a extensão dos danos. A cirurgia pode ser indicada para retirar o coágulo ou êmbolo (endarterectomia), aliviar a pressão cerebral ou revascularizar veias ou artérias comprometidas.
Infelizmente, células cerebrais não se regeneram e não há tratamento que possa recuperá-las. No entanto, existem recursos terapêuticos capazes de ajudar a restaurar funções, movimentos e fala. Quanto antes forem aplicados, melhores serão os resultados.