O avanço significativo na área da ciência é a criação de vacinas, que têm como finalidade fortalecer o sistema imunológico, gerando anticorpos para combater vírus e bactérias, prevenindo o surgimento de doenças.
Além de beneficiar a saúde individual, a imunização é crucial para a saúde pública, pois impede a propagação de doenças e evitar epidemias, promovendo uma resposta imune tanto a nível individual quanto coletivo.
Um gesto simples de cidadania, realizado de forma individual, mas com consequências importantes e poderosas. Reconhecido como fundamental para preservar a saúde desde o nascimento.
As vacinas são desenvolvidas utilizando o próprio agente causador da doença, o qual é introduzido em nosso organismo de forma enfraquecida ou inativada. Embora não provoquem a doença, essas variantes atenuadas e inativadas têm a capacidade de ativar nosso sistema imunológico.
Como as vacinas atuam no nosso organismo?
Ao nos vacinarmos, introduzimos em nosso corpo um antígeno previamente desconhecido. Como resposta, o organismo inicia a produção de anticorpos, sendo essa primeira etapa um processo relativamente lento.
Além da geração de anticorpos, são formadas células de memória, que ao serem reexpostas ao mesmo antígeno, têm capacidade de acelerar a produção de anticorpos. Devido à presença dessas células de memória, os indivíduos vacinados obtêm uma resposta imunológica mais rápida, impedindo o desenvolvimento da doença.
Dessa forma, a vacina atua como uma medida preventiva, sendo recomendada antes da exposição ao patógeno. Considerada uma forma de imunização ativa, uma vacina estimula o organismo a produzir defesas possíveis.
É importante ressaltar que as vacinas são seguras e eficazes, cada vacina aprovada para uso passou por várias fases de avaliação para garantir sua segurança. Além disso, são submetidas à análise rigorosa dos órgãos reguladores. No Brasil, essa responsabilidade recai sobre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
É possível que algumas pessoas experimentem efeitos colaterais leves após receberem uma vacina, como dor no local da aplicação e febre leve.
As vacinas realmente podem erradicar doenças?
Ao imunizar a população, reduzimos a ocorrência de uma determinada doença. Conforme a vacinação se estende a toda a comunidade, os índices diminuem até que nenhum caso seja mais registrado, uma vez que toda a população esteja resguardada.
Doenças como poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são apenas alguns exemplos de enfermidades que, no passado, eram comuns e deixaram de representar um desafio para a saúde pública graças à contribuição das vacinas.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) ressalta a importância de seguir o calendário vacinal, mesmo quando a circulação de uma determinada enfermidade estiver controlada.
Apesar de esses vírus não circularem como antigamente, essas doenças ainda causam vítimas em outras partes do mundo. Com a globalização, as pessoas transitam por diversos continentes e caso não sejam vacinadas, podem trazer essas doenças para o Brasil e transmitir às pessoas não imunizadas.
O sucesso da vacinação no Brasil
A trajetória de sucesso na área de vacinação em nosso país remonta a séculos, desde o período colonial, quando os povos indígenas praticavam a imunização.
Ao longo dos anos, o Brasil alcançou avanços na prevenção de doenças por meio da vacinação. Um dos marcos mais importantes na história da vacinação no Brasil ocorreu em 1973, com a erradicação da varíola. Esse feito histórico foi possível graças a uma extensa campanha de vacinação em massa e à colaboração entre diversos órgãos de saúde.
A vitória sobre a varíola evidenciou a eficácia das campanhas de vacinação, incentivando o país a continuar investindo na imunização. Outro triunfo notável da vacinação no Brasil foi a eliminação da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, em 1989. Esse sucesso foi resultado de uma série de campanhas de vacinação, com o objetivo de imunizar todas as crianças brasileiras.
Graças a esses esforços, o Brasil é reconhecido atualmente como um país livre da poliomielite.
Programa Nacional de Imunização
Em 2023, o Brasil comemora a satisfação dos 70 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), um marco significativo na área da saúde pública do país. Desde sua criação em 1953, o PNI desempenha um papel vital na prevenção de doenças e na promoção da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.
O PNI foi criado com o propósito de controlar a propagação de doenças como a varíola, o programa evoluiu ao longo dos anos, ampliando sua atuação para abranger uma variedade extensa de vacinas, proporcionando proteção contra enfermidades como poliomielite, sarampo, rubéola, febre-amarela e muitas outras.
Os esforços incansáveis dos profissionais de saúde associados ao PNI foram essenciais para a erradicação de doenças no Brasil e o controle de surtos de diversas enfermidades. Além disso, o PNI assumiu um papel crucial na resposta a emergências de saúde pública, como a pandemia de COVID-19.
O programa liderou a campanha de vacinação contra o coronavírus, evidenciando sua adaptabilidade e eficácia. Contudo, o sucesso do PNI não seria possível sem o comprometimento dos profissionais de saúde, cientistas e gestores, assim como sem o respaldo da população brasileira. A confiança nas vacinas e a participação ativa nas campanhas de imunização são elementos essenciais para a proteção coletiva.
O risco de reintrodução de doenças
Apesar dos sucessos alcançados, o Brasil enfrentou desafios importantes na vacinação, como o risco de reintrodução de doenças devido a baixas coberturas vacinais.
A divulgação de informações incorretas e a hesitação vacinal, impulsionadas pelo movimento antivacina, apontadas para a diminuição das taxas de vacinação. Isso compromete a imunidade coletiva, essencial na prevenção de doenças infecciosas em níveis nacionais e regionais.
A queda nas coberturas vacinais pode levar à reintrodução de doenças, como evidenciado pelo surto de sarampo no Brasil em 2018, resultando na baixa vacinação contra a tríplice viral.
A pandemia de COVID-19 trouxe novos desafios, com a priorização da vacinação contra o coronavírus desviando a atenção de outras vacinas essenciais. É crucial garantir que as vacinações de rotina não sejam negligenciadas, mesmo em meio a pandemias.
A importância de se vacinar
Anualmente, as vacinas desempenham um papel crucial para salvar a vida de 3 milhões de pessoas, protegendo contra doenças como difteria, tétano, coqueluche, gripe e sarampo.
Ao sermos vacinados, não apenas garantimos nossa própria proteção, mas também contribuímos para a segurança de toda a comunidade.
É importante destacar que existem grupos de pessoas que não podem receber a vacina e dependem da imunização da sociedade para reduzir a propagação das doenças.
Algumas das razões pelas quais as vacinas são importantes:
Prevenção de Doenças: as vacinas são projetadas para prevenir doenças infecciosas. Elas estimulam o sistema imunológico a produzir uma resposta defensiva contra agentes patogênicos específicos, como vírus ou bactérias, proporcionando imunidade sem causar doenças em si.
Controle de Epidemias: a vacinação em larga escala pode ajudar a controlar a propagação de doenças contagiosas, a incidência e a gravidade das infecções. Isso é particularmente importante em situações de surtos e epidemias.
Erradicação de Doenças: em alguns casos, a vacinação eficaz pode levar à erradicação completa de doenças. Um exemplo notável disso é a erradicação da varíola, alcançada por meio de campanhas de vacinação em todo o mundo.
Proteção de Grupos Vulneráveis: as vacinas são fundamentais para proteger grupos mais suscetíveis a complicações graves de certas doenças, como crianças pequenas, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.
Redução de Mortalidade e Morbidade: a vacinação tem um impacto significativo na redução da mortalidade e morbidade associada a doenças infecciosas. Isso contribui para o aumento da expectativa de vida e melhoria da qualidade de vida.
Economia de Recursos de Saúde: prevenir doenças através da vacinação resulta em menos hospitalizações, consultas médicas e tratamentos, economizando recursos financeiros e permitindo que sistemas de saúde se concentrem em outras áreas.
Proteção da Comunidade (Imunidade de Rebanho): quando uma porcentagem suficientemente grande da população é vacinada, ocorre a chamada imunidade de rebanhos, o que reduz a disseminação do agente infeccioso na comunidade, protegendo até mesmo aqueles que não podem ser vacinados.
É importante garantir acesso às vacinas, preservar as taxas de cobertura vacinal adequadas, divulgar informações precisas e conscientizar a população sobre a importância da vacinação são fundamentais para manter os sucessos conquistados e enfrentar os desafios atuais associados à hesitação vacinal e à disseminação de desinformação.
A imunização permanece como uma ferramenta crucial na prevenção de doenças, e o PNI continuará a desempenhar um papel vital na promoção da saúde e no bem-estar da população brasileira nas próximas décadas.