Reumatismo no sangue: o que é, sintomas

A ideia de que possa existir reumatismo no sangue soa um pouco estranha, não? No entanto, considerando que reumatismo é um nome dado de forma mais genérica a um grande grupo de doenças que tem em comum o inchaço e o aparecimento de pequenos nódulos nas articulações, seria possível que o sangue tivesse reumatismo? Na verdade, não. Entretanto, o que comumente se chama de reumatismo no sangue, no fim, tem sintomas que podem ser confundidos com os de reumatismo, com a diferença de que os inchaços são temporários e vão migrando para diferentes partes do corpo.

 

Nesse caso, o que causa o suposto reumatismo no sangue?

 

Antes de responder à questão, vale sabermos que o nome dessa doença na verdade é febre reumática. A origem é um tanto quanto inesperada: começa com uma infecção na garganta causada por uma bactéria, a Streptococcus pyogenes. Os sintomas nessa primeira fase são clássicos:

 

  • Amigdalite
  • Dor na garganta
  • Desconforto ao engolir e falar
  • Pus e eventual febre baixa

 

Se o tratamento da infecção for feito corretamente, com antibióticos tomados até o final do tratamento recomendado por um médico, o problema acaba, e tudo fica bem.

Agora, se o tratamento não for bem-sucedido ou, principalmente, for interrompido na metade, tudo vai parecer bem por um tempo. Alguns dias ou semanas depois, no entanto, o suposto reumatismo no sangue começa a dar as caras. Entre os principais sintomas da febre reumática estão pequenos nódulos ou inchaços que aparecem em alguma articulação, ficam por um tempo e saram. Em seguida, reaparecem em outra articulação, e assim sucessivamente.

Esses inchaços e nódulos são perigosos quando ocorrem nos músculos do coração ou em regiões próximas ao cérebro. Crianças e adolescentes são os pacientes mais comuns dessa doença. Em crianças, é comum notar uma mudança de comportamento, irritações ou choros inexplicáveis, por conta das interações da doença com essas regiões do cérebro. Já para o coração, alguns danos podem se tornar crônicos se não forem tratados a tempo.

 

Como tratar a febre reumática?

 

Apesar de o tratamento envolver o uso de antibióticos, o “reumatismo no sangue” não é causado pela bactéria em si. O que acontece é, de maneira simplificada, uma confusão do sistema imunológico do paciente. Ao tentar combater a bactéria, alguns anticorpos gerados pelo corpo se confundem e atacam células do próprio organismo do paciente. Isso pode acontecer por conta de eventuais semelhanças entre proteínas da bactéria e de algumas células do corpo, mas essa hipótese ainda exige estudos mais aprofundados.

Por ser uma doença com características autoimunes, o tratamento precisa ser acompanhado de perto por um médico, que saberá diferenciar o que é causado pela bactéria e o que é efeito do sistema de defesa do organismo em conflito com o próprio corpo. Mas, por esse motivo também, a automedicação, sem o acompanhamento especializado, é altamente não recomendada.

Essa relação entre o nome “reumatismo no sangue” e a doença em si em nada ajuda a definir o tratamento. Entretanto, a principal forma de tratar a febre reumática é com antibióticos para eliminar o que sobra da bactéria no organismo, além de anti-inflamatórios para interromper os processos de inflamação que ocorrem pelo corpo e, em alguns casos, o uso de analgésicos para dor. Se manter em repouso caso as dores estejam muito incômodas também é importante. Evitar a exposição ao sol também ajuda a evitar pequenas manchas vermelhas na pele, outro dos sintomas da doença.

Diagnóstico e prevenção

 

  O “reumatismo no sangue” tem um diagnóstico feito a partir da análise clínica do paciente, baseada nos sintomas, em conjunto com exames de imagem e, eventualmente, de sangue. Apenas um médico especialista pode avaliar quais exames devem ser solicitados a cada paciente. Na avaliação laboratorial, o fator reumatóide, que indica doenças autoimunes, pode ser encontrado em cerca de 75% dos casos já no início da doença. Anticorpos contra filagrina/profilagrina e anticorpos contra peptídeo citrulinado cíclico (PCC), – que ajudam no diagnóstico – são encontrados nas fases mais precoces da doença, mas estes exames têm custo maior.

Exames de imagem, como radiografias, ultrassonografias, tomografias, ressonância, entre outros, podem ser solicitados pelo médico reumatologista após a avaliação de cada quadro clínico individualmente. O médico também poderá buscar em um exame “VHS”, a partir de uma amostra de sangue, provas de atividade inflamatória”. A proteína C reativa, também encontrada em exame, correlaciona-se com a atividade da doença.

A principal forma de prevenir a febre reumática é com o diagnóstico correto de eventuais infecções na garganta, com o consequente tratamento seguido até o final, com todas as medicações prescritas. Interromper o uso de antibióticos antes do tempo recomendado pelo médico, mesmo com o desaparecimento dos sintomas, faz com que as bactérias não sejam totalmente eliminadas do organismo. Isso claramente é um problema, certo?

Caso já não tenha sido possível evitar o surgimento dos sintomas posteriores à infecção na garganta, então o diagnóstico da febre reumática deve ser feito o mais rápido possível. Lembre-se dos danos que a doença pode causar para o coração e para o cérebro. Apesar de ser mais comum nos mais jovens, qualquer pessoa pode ser vítima do “reumatismo no sangue”. Então, dê atenção às principais formas de se evitar doenças infecciosas causadas por bactérias:

 

  • Lave sempre as mãos, principalmente antes de levá-las ao rosto ou de comer
  • Desinfecte verduras, legumes e frutas antes do consumo
  • Evite o consumo de carnes ou ovos crus
  • Mantenha bons hábitos de higiene e assepsia

 

Com essas atitudes, você terá muito mais chances tanto de não desenvolver a febre reumática quanto de evitar inúmeras outras doenças.

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