O Dia Mundial de Doação do Leite Humano é celebrado em 19 de maio. O propósito desta data é promover a conscientização sobre o impacto significativo que a doação de leite materno pode ter ao salvar vidas e assegurar a adequada nutrição de bebês que não podem ser amamentados por diversas razões.
Cada 300ml de leite materno tem o potencial de beneficiar até dez recém-nascidos diariamente. Em relação aos prematuros, apenas 1ml pode ser suficiente para nutri-los a cada alimentação, considerando seu peso. Os bancos de leite realizam cálculos meticulosos das necessidades calóricas individuais de cada bebê e fracionam as doações segundo os estoques disponíveis.
O aleitamento materno (AM) é reconhecido como a principal e mais eficaz fonte de nutrição para o lactente, especialmente quando praticado de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, complementar o AM até os dois anos ou mais é fundamental. De acordo com informações fornecidas pela OMS, o leite humano tem o potencial de reduzir em até 13% as mortes evitáveis em crianças menores de 5 anos de idade. Evidências científicas indicam que bebês prematuros e/ou com condições médicas, que recebem alimentação com leite humano durante sua permanência na UTI neonatal, têm maiores probabilidades de recuperação e de desfrutar de uma vida mais saudável.
O leite materno é rico em imunoglobulinas, proteínas e vitamina A, é essencial desde as primeiras horas de vida, sendo o primeiro passo para adquirir imunidade. Os benefícios do aleitamento materno são amplamente reconhecidos pelos especialistas, destacando o importante papel desempenhado pelo vínculo entre mãe e filho.
Para garantir que lactentes sem acesso ao aleitamento materno possam receber os benefícios do leite humano, é crucial ter disponível um estoque suficiente de leite humano. Nesse sentido, os Bancos de Leite Humano desempenham um papel vital, oferecendo uma fonte confiável de leite materno para esses casos. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBBLH), considerada a maior do mundo pela OMS, é responsável pela promoção do aleitamento materno, coleta, processamento e controle de qualidade do leite materno, desde o colostro até o leite maduro, bem como pela sua distribuição de acordo com orientações médicas ou nutricionais.
Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na promoção e manutenção do AM, fornecendo apoio e orientação desde a gestação até o período pós-parto e o retorno para casa. Orientações de qualidade desde o pré-natal são fundamentais para incentivar a prática exclusiva do AM, embora alguns estudos apontem lacunas nessa orientação. É relevante notar que o conhecimento sobre os Bancos de Leite Humano é disseminado principalmente pelos profissionais de saúde nos hospitais.
Doar leite materno é reconhecido como uma ação poderosa e altruísta que pode salvar vidas.
Quem pode doar
Qualquer mulher saudável que esteja amamentando pode doar leite materno. No entanto, algumas organizações de bancos de leite têm critérios específicos para doadoras, como exames de saúde regulares para garantir a segurança do leite doado. Geralmente, as doadoras devem estar livres de doenças infecciosas que possam ser transmitidas pelo leite, não estar tomando certos medicamentos incompatíveis com a amamentação e não ter consumido álcool ou drogas ilícitas.
Se uma mulher estiver interessada em doar leite materno, é importante entrar em contato com um banco de leite ou uma instituição de saúde local para obter informações específicas sobre os critérios de doação em sua região.
Como funciona a doação
A doação de leite materno segue geralmente os seguintes passos:
- Contato com o Banco de Leite Humano: a mulher interessada em doar entra em contato com um banco de leite humano, que pode ser localizado em hospitais, maternidades ou centros de saúde. Ela pode ligar diretamente para o banco de leite ou obter informações por meio de profissionais de saúde.
- Triagem e Avaliação: após o contato inicial, a doadora é submetida a uma triagem e avaliação. Isso pode envolver uma entrevista para determinar sua elegibilidade, histórico médico e estilo de vida, além de exames físicos e de saúde para garantir que ela seja uma candidata adequada para a doação.
- Orientação e Coleta: uma vez aprovada, a doadora recebe orientações sobre como coletar, armazenar e transportar o leite de forma segura. Geralmente, a doação é feita através da ordenha manual ou com o uso de uma bomba de extração de leite. O leite é coletado em recipientes estéreis e etiquetado com informações sobre a data e hora da coleta.
- Armazenamento: o leite materno doado é armazenado em condições específicas, geralmente em freezers ou congeladores, para manter sua qualidade e segurança.
- Transporte e Processamento: dependendo das políticas do banco de leite, o leite doado pode ser coletado pela equipe do banco de leite ou a doadora pode ser responsável por entregar o leite no local designado. O leite é então processado, pasteurizado e armazenado segundo os padrões de segurança estabelecidos.
- Distribuição e Uso: o leite materno processado e pasteurizado é distribuído para bebês prematuros, recém-nascidos ou outros bebês que necessitem de leite materno suplementar e cujas mães não possam fornecer leite suficiente. O leite doado pode ser administrado por meio de sondas nasogástricas, mamadeiras ou copos, conforme recomendado pelos profissionais de saúde.
- Acompanhamento: geralmente, as doadoras recebem acompanhamento e feedback do banco de leite, e podem continuar doando enquanto estiverem amamentando e atenderem aos critérios de elegibilidade estabelecidos.
É importante ressaltar que todo o processo de doação de leite materno é realizado com cuidado para garantir a segurança e a saúde tanto da doadora quanto dos receptores do leite doado. O LabVW também oferece diversos tipos de exames, desde os essenciais até os mais especializados, você pode conferir clicando aqui.
Exames necessários
Os exames necessários para doar leite materno podem variar segundo as políticas e diretrizes de cada banco de leite humano ou instituição de saúde. No entanto, geralmente incluem:
- Exames de sangue: esses exames são feitos para garantir que a doadora não tenha doenças infecciosas que possam ser transmitidas pelo leite, como HIV, hepatite B e C, sífilis e HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas).
- Teste de drogas: algumas instituições podem solicitar exames para detectar o uso de drogas ilícitas.
- Avaliação médica: pode ser necessário que a doadora passe por uma avaliação médica para garantir que esteja saudável e apta para doar leite.
- Histórico de saúde: a doadora pode ser solicitada a fornecer informações sobre seu histórico médico, incluindo medicamentos que está tomando.
- Estilo de vida: alguns bancos de leite podem solicitar informações sobre o estilo de vida da doadora, como se ela fuma ou consome álcool.
Por fim, doar leite materno é muito mais do que um ato de generosidade; é uma demonstração de solidariedade e empatia que pode mudar vidas. Ao compartilhar esse recurso precioso, as mães não apenas nutrem seus próprios filhos, mas estendem uma mão amiga para bebês que, por diversas razões, não podem contar com o leite de suas próprias mães.
Através dos Bancos de Leite Humano e de iniciativas de conscientização, cada vez mais pessoas podem compreender a importância vital da doação de leite materno. Essa prática não apenas fornece nutrição essencial, mas também fortalece os laços de comunidade e solidariedade entre mães, profissionais de saúde e toda a sociedade.
Neste Dia Mundial de Doação do Leite Humano, e em todos os dias, convidamos você a refletir sobre o poder transformador desse gesto simples, mas incrivelmente significativo. Junte-se a essa rede de apoio, informe-se sobre como doar e apoie as mães que escolhem compartilhar o dom da vida através da doação de leite materno. Afinal, doar leite materno é doar vida!