Hemograma completo: quando é preciso fazer?

O hemograma completo é um tipo comum de exame de sangue de rotina, realizado para medir a saúde geral do paciente. É bastante solicitado pelos médicos para diagnosticar, por exemplo, distúrbios como anemia, doenças autoimunes, leucemia e doenças infecciosas.

Este tipo de exame não é considerado um teste de sangue comum, pois, para a sua realização, é preciso que o médico especifique o que deve ser analisado. No caso de exames de sangue habituais, o médico pede, por exemplo, pelo nível de colesterol. Já o hemograma analisa os níveis de glóbulos vermelhos (hemácias), de glóbulos brancos (leucócitos) e de plaquetas. Estas são as principais células constituintes do sangue, detectando diversos distúrbios, como as citadas anteriormente.

Valores de referência para o hemograma completo

Os valores referência para o hemograma completo estão baseados nas taxas presentes em 95% da população mundial sadia. Mas podem haver variações pequenas, para mais ou para menos, que, contudo, não significam, exatamente, que o paciente tenha alguma doença. Essas variações, geralmente, estão ligadas ao sexo e à idade. Além disso, é possível observar diferenças nos valores, dependendo do laboratório onde foi feita a coleta.

Quando há presença de infecção no organismo, nota-se o aumento dos leucócitos. Quando há sinais de alergia, verifica-se o aumento dos eosinófilos. Mas é importante que a interpretação do exame seja realizada por um médico, pois somente ele poderá levar em consideração os sintomas que o indivíduo apresenta.

Células básicas presentes no sangue

As células analisadas pelo hemograma completo são:

  • hemácias: glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo organismo;
  • leucócitos: glóbulos brancos, responsáveis pelo sistema de defesa do organismo (imune) e que auxiliam no combate à infecções;
  • plaquetas: fragmentos de células que são produzidos na medula óssea, responsáveis pela coagulação do sangue.

Etapas do hemograma completo

1. Eritrograma

O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos glóbulos vermelhos, ou seja, das hemácias, também chamadas de eritrócitos. Quando seus níveis estão reduzidos, podem indicar anemia. Quando estão elevados, podem indicar policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes no sangue.

2. Leucograma

O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos. Eles também são conhecidos como glóbulos brancos. São as células de defesa, responsáveis por combater agentes invasores, como vírus e bactérias.

Os leucócitos são, na verdade, um grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos e alguns apenas fazem a identificação do microrganismo invasor. O valor normal dos leucócitos varia entre 4.000 a 11.000 células por microlitro (ou milímetros cúbicos).

3. Plaquetas

As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação do sangue. Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo sofre uma lesão, o organismo rapidamente encaminha as plaquetas ao local. Elas se agrupam e formam um uma espécie de “rolha” ou “tampão” que, imediatamente, estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os tecido lesados sem que haja perda significativa de sangue.

O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL). Porém, até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação. Quando esses valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL, há risco de morte, uma vez que pode haver sangramentos espontâneos.

Trombocitopenia é como chamamos a redução da concentração de plaquetas no sangue. Trombocitose é o aumento. A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias e para avaliar quadros de sangramentos sem causa definida.

O hemograma completo também informa algumas medidas, como quanto espaço as células vermelhas do sangue ocupam na corrente sanguínea (hematócrito); qual o nível de hemoglobina (proteína que transporta oxigênio) no sangue; e dá informações sobre o tamanho e a forma das células vermelhas, e se as suas plaquetas são menores ou maiores do que o normal.

Quando o exame deve ser feito?

O hemograma completo normalmente é requisitado como um exame de rotina, para verificar a saúde geral do paciente. Entretanto, o médico também poderá solicitar o teste para diagnosticar alguma condição para detectar a causa de alguns sintomas ou doenças, por exemplo:

  • cansaço;
  • fraqueza;
  • sangramento intenso da pele, nariz ou gengivas;
  • manchas roxas grandes ou em grande quantidade;
  • infecções ou inflamações;
  • policitemia;
  • doenças do sangue.

Além disso, o exame também pode ser feito para verificar se o corpo está reagindo bem a um tratamento medicamentoso ou à radiação, bem como se os valores das células estão normais antes de uma cirurgia, ou mesmo para analisar a quantidade de sangue perdida em uma hemorragia.

Cuidados pré e pós-exame de sangue completo

Em relação aos cuidados antes do exame, não há nenhum preparo específico, mas é preciso seguir as orientações do laboratório. Contudo, geralmente, pode-se comer e beber normalmente. É indicado evitar exercícios físicos na véspera e a ingestão de bebidas alcoólicas nas 48 horas que antecedem o teste, além de sempre informar aos profissionais de saúde sobre o uso de algum medicamento.

Também, deve-se sempre avisar caso esteja grávida ou no período menstrual, pois essas condições podem alterar os valores do teste. Caso a amostra coletada seja utilizada para qualquer outro exame, o médico ou profissional da saúde irá recomendar os preparos necessários. Após o exame de sangue completo, o paciente poderá seguir o dia normalmente.

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